quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

14 de Dezembro


Eram 20:03h.

Olhei para o relógio e logo te largaram em cima da minha barriga...

Insistiam que esperasse. Ainda não te podia puxar para mais perto... mas como conter-me? continuei a puxar-te!

Olhando para trás vejo que me assemelhava a um animal. Penso particularmente numa cadela que com as suas patas dianteiras tenta puxar algo para si. Sinto que fui primária como não me lembro de alguma vez ter sido...

Não havia regras, formulas, formas mais correctas de agir... havia o instinto e a emoção a comandar cada gesto!

Ao fim de 6 horas de sofrimento, sempre com 1cm de dilatação: a epidural. Com ela o coração do bebé teve uma quebra e num abrir e fechar de olhos juntavam-se a nós cada vez mais profissionais. Entre vigilantes, enfermeiras e médicos a entreolharem-se e a fazerem-me virar-me em todas as posições possíveis (e menos possíveis), "desataram-se" os fios e levaram-me a correr para o bloco para uma cesariana inesperada.

Ao fundo, encostado à parede, branco como a cal, mãos nos bolsos a conter os pensamentos menos desejados, o pai.
Penso que ambos viajámos até à sétima semana de gestação em que o mesmo coraçãozito nos pregara o mesmo susto, ameaçando deixar-nos, uma vez mais, de mãos vazias...

Uma vez no bloco percebeu-se que o bebé havia regularizado e que afinal poderíamos manter o parto normal.

A dilatação tinha-se completado em cerca de 15 minutos e estavamos prontos para o nascimento.

Graças a uma óptima preparação para o parto, pela enfermeira Catarina, fiz força por três vezes até ouvir o choro do meu príncipe. O pai diz que ainda estava dentro de mim e já chorava...

Apgar: 10, 10.

Peso: 2815gr

Comprimento (medido apenas no dia seguinte): 47cm

Somos uma família!

Não queria deixar de agradecer à equipa fantástica que nos seguiu nessa noite! Foram incansáveis, amorosos, hiper/ mega cuidadosos... também não quero esquecer a já citada enfª Catarina, trago-vos junto do coração!


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